terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A CURA PARA A CEGUEIRA

Pesquisa conduzida na Alemanha devolve a visão a pacientes com retinose pigmentar com o implante de um chip em seus olhos. Segundo os autores do estudo, a tecnologia pode beneficiar pessoas com outras doenças oculares, como a degeneração macular

Aos 28 anos, o finlandês Mikka Terho, hoje com 44, foi diagnosticado com retinose pigmentar, condição genética que provoca a degeneração da retina, causando perda progressiva de visão, até a cegueira total. Em 2008, ele começou a sair da escuridão. Terho foi um dos 11 pacientes que participaram de um ensaio clínico na Alemanha para a implantação de um chip que reproduz o processo natural de captação e decodificação de imagens. Graças ao pequeno aparelho, ele hoje é capaz de identificar objetos, diferenciar um garfo de uma colher, ver as horas em um relógio e andar por um quarto sem esbarrar nos obstáculos.

“A melhor sensação que tive foi quando pude ver algo no centro do meu olho”, contou Terho ao jornal inglês The Independent. Inicialmente, ele só conseguia ver pontos, mas depois de implantar o chip no olho esquerdo, começou a identificar linhas horizontais e verticais, letras e, então, palavras inteiras. “Leva tempo até os olhos se ajustarem à nova realidade. Meu cérebro teve de se acostumar novamente a ler as mensagens; é como aprender a andar de novo, depois de ficar paraplégico”, comparou.

A cirurgia experimental à qual o finlandês se submeteu foi descrita na semana passada pelo jornal especializado Proceedings of the Royal Society B. Três dos 11 voluntários recuperaram parte da visão e, apesar de parecer pouco, é um número expressivo, considerando que todos os participantes estavam cegos havia pelo menos cinco anos. O sucesso da técnica estimulou o Hospital de Olhos de Oxford e o King’s College, em Londres, dois renomados centros de pesquisa médica, a adotar o mesmo procedimento. No ano que vem, entre seis a 12 pacientes vão receber implantes de retina na Inglaterra.

O implante, desenvolvido pela empresa alemã Retinal Implant AG e pela Universidade de Tuebingen, é apontado como revolucionário porque é a tecnologia mais avançada no combate aos efeitos da retinose pigmentar, condição que afeta uma em cada 4 mil pessoas em todo mundo. Ao contrário da prótese tradicional, chamada de implante epirretinal e que exige o uso de uma câmera acoplada aos óculos, o chip é fixado abaixo da própria retina e conectado a uma fonte de energia externa por um cabo. Graças à localização, o aparelho de 3mm substitui a função das células fotorreceptoras, permitindo que o processo visual ocorra de forma natural, como se a pessoa não fosse cega.

No artigo publicado no Proceedings of the Royal Society B, os pesquisadores descreveram a cirurgia que devolveu a visão a três pacientes – dois homens e uma mulher – completamente cegos. Os procedimentos aconteceram na Alemanha. “Um dos pacientes conseguiu identificar objetos colocados à frente dele e foi capaz de andar por uma sala sem ajuda. Ele também diferenciou sete tonalidades de cinza nove dias depois do implante”, contou ao Correio Braziliense/Diário o principal autor do estudo, Eberhart Zrenner, diretor do Retinal Implant AG e do Hospital de Olhos da Universidade de Tuebingen.

Futuro

“O resultado desse estudo piloto fornece provas robustas de que as funções visuais de pacientes que ficaram cegos devido a distrofias hereditárias de retina podem, em princípio, ter a visão restaurada em um grau suficiente para enfrentar os desafios do dia a dia”, afirma Zrenner. De acordo com ele, embora o implante tenha sido utilizado em pessoas com retinose pigmentar, é possível que a técnica também seja bem-sucedida para outros pacientes, que ficaram cegos por diversos motivos. “O que estamos mostrando é a próxima geração de aparelhos implantáveis. A tecnologia pode ser aplicável a qualquer um que tenha perdido a visão por causa da degeneração dos fotorreceptores, como por exemplo degenerações maculares relacionadas ao envelhecimento. Mas ainda há muitas perguntas, como quanto tempo o chip vai durar e como poderemos melhorá-lo”, reconhece Zrenner.

Para Mikka Terho, a cirurgia experimental, mesmo com limitações, foi um enorme sucesso. Cego desde 1992, ele foi o paciente mais beneficiado pelo implante. Quatro dias depois da operação, ele tirou os curativos e começou a enxergar sombras. “Então, pude ver as pessoas normalmente. Quando batia luz no meu olho esquerdo, eu via uma espécie de flash muito forte, algo que foi diminuindo dia após dia, e passei a enxergar cada vez melhor”, relatou em entrevista à rádio BBC.

O pesquisador Robert Wilke, que trabalha na Universidade de Tuebingen e participou dos estudos, disse ao Correio que, embora o resultado em Terho tenha sido o melhor, os outros dois pacientes também conseguiram muitos avanços. “Eles conseguem visualizar formas e objetos”, diz. “Esse projeto é absolutamente pioneiro e aprendemos muito durante o estudo. Quando começamos, cinco anos atrás, a tecnologia estava muito atrasada, então fomos melhorando passo a passo, até finalmente chegar ao ponto em que os pacientes cegos podiam voltar a ver e ler novamente. Isso foi incrível, não apenas para os pacientes, mas também para nós, pesquisadores”, diz.

Robert McLaren

Professor de oftalmologia da Universidade de Oxford, que vai liderar os ensaios clínicos na Inglaterra.


O artigo transcrito do Diario de Pernambuco para o meu blog, intitulado “A Cura para a Cegueira”, coincide com o meu problema visual, que tem a mesma síndrome, ou seja, Retinose Pigmentar avançada.

Apesar de ter ido por duas vezes à Clínica Sien Fuego de Havana, procurando a cura, não fui bem sucedido. Por isso, na qualidade de Jornalista sugeri a esse grupo de estudiosos a permissão para fazer parte dos voluntários para as experiências.

Ricardo Carvalho

Rua Monte Castelo, 60 – Cruzeiro

Gravatá – PE – Brasil

CEP 55644-210

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