sábado, 20 de fevereiro de 2010

OS CARNAVAIS DO PASSADO

OS CARNAVAIS DO PASSADO

Ricardo Carvalho

Gravatá teve sim grandes carnavais, e nesta crônica quero fazer uma referencia especial ao Reinado de Momo, quero lembrar dos carnavais do passado, e nesta lembrança recordar daqueles que fizeram história como carnavalescos, recordar das figuras mais importantes, ou menos importantes dos carnavais de Gravatá, como num filme eu me recordo plenamente do Velho Izaú Ferreira, carnavalesco que esboçava toda sua alegria pelas ruas da cidade em nome do carnaval, Zé Belarmino Bezerra figura tradicional, uma referência da época, Alcides Melo, o velho Alcides que desfilava com as jovens e crianças pelas ruas de Gravatá cantando a música do bloco Mocidade Em Folia, aliás, o Mocidade era o retrato de Elias Torres e Manoel Pereira o maestro , a imagem nítida dos antigos carnavais de Gravatá, das troças, dos carnavais que participavam as famílias gravataenses: família nascimento e tantas outras que mantinha a tradição, que com seus nomes davam respeito a esta grande festa popular. Eram grandes e saudosos carnavais: dos confetes e serpentinas, de fantasias exuberantes. Ao escrever sobre esses encantos que só os carnavais do asado proporcionavam, vem a saudade, saudade de figuras populares como Bodinho o homem do funil, propagandista que falava sobre a festa carnvalesca nos quatro cantos da cidade, convidava as pessoas para participar, ele era o meio de comunicação da época, outras figuras pitorescas enriqueciam a Festa de Momo, Pitobinha era um desses nomes que com sua burrinha chamava a atenção por onde passava. São tantas recordações, lembranças que o tempo não pode apagar. Nos carnavais do passado em gravatá existia um fato sui-genere, o fazendeiro Atenógenes de Oliveira figura da alta sociedade da época fazia questão de abrir o primeiro dia do carnaval de Gravatá dançando uma valsa, era uma maneira irreverente de prestigiar o baile carnavalesco do Centro Desportivo Gravataense, ele pagava a orquestra, mas fazia questão de com estilo bem diferente homenagear com uma valsa símbolo da tradição musical o carnaval da terra que o amava. Era assim os velhos carnavais, quando o mocidade saia a cidade se envolvia no rítimo da sua música, era compromisso marcado, as machinhas enchia de entusiasmo os foliões da época, o frevo embalava a juventude, era diferente dos dias atuais, em que não se houve mais os acordes dos metais de antigamente, onde a boa música deu lugar ao batuque da Bahia e o barulho infernal dos trios elétricos. Mas nem tudo teve fim, para que a velha guarda não esquecesse seu passado restou um pouco de tradição que se expressa ainda na coragem da família de Madalena Medeiros, que com alguns amigos não deixaram morrer o Mocidade em Folia que a cada ano sai nas ruas da cidade mostrando que os velhos carnavais não podem acabar.

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